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domingo, 18 de maio de 2008

28 anos depois...

Foi no dia 18, do mês de Maio (tal como hoje) que Ian Curtis há 28 anos cometeu o suicídio. Na noite anterior havia pedido à mulher que o deixa-se sozinho em casa. Fumou cigarros, esvaziou uma garrafa de whisky, pós a girar o vinil “The Idiot” de Iggy Pop, viu televisão, o filme “Stroszek” de Werner Herzog e escreveu uma carta em que a segunda frase era: “Já não aguento mais.”

Especula-se, ainda hoje a causa de tão prematura morte. Era o génio por detrás da banda, que ele mesmo escolheu o nome: Joy Divion. E ainda que uma pessoa tão próxima dele, como a mulher, tenha escrito um livro ("Touching from a Distance"), a verdadeira figura de Ian Curtis permanece uma incógnita.


Control (2007)


Um dos filmes mais esperados de 2007, sendo a primeira longa-metragem realizada pelo fotógrafo holandês Anton Corbijn.

O filme começa na adolescência de Curtis e termina com a sua fatídica morte, na véspera de uma digressão aos Estados Unidos, que iria catapultar a banda para o sucesso mundial. Ainda que filme siga com fidelidade os traços biográficos da vida de Curtis, não consegue em muitos dos casos arrebatar o espectador com momentos de tensão, arrepiantes, como seria de esperar. Sinceramente fiquei mais impressionada com algumas coisas que li antes de entrar na sala de cinema, do que propriamente quando lá entrei. Não quero com isto dizer que Corbijn não faz um bom trabalho, muito pelo contrário, ele esmera-se numa fotografia realmente excepcional (preto e branco) e consegue também encontrar um excelente actor para o papel central do filme - Sam Riley. Mas isso não é prova suficiente. A vida de Curtis tinha muito mais para dar, a sua personalidade era bem mais complexa do que aquilo que se vê na tela. Digamos que Corbijn tinha o texto e as imagens, mas não tinha a alma.


São os sonhos, os demónios, a música, os amores e a morte… são as questões existenciais que atormentam a vida de um jovem, é a doença que o acompanha num dado momento da sua vida, a relação com outra mulher e a sua perícia como compositor. Talvez Curtis tenha pensado que já não conseguia produzir/igualar tudo o que fez até à data, por isso desejou pôr fim à sua vida. Tinha 23 anos e estava no auge da sua carreira.

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